A Sociedade Filarmónica Dez de Agosto
foi fundada em 10 de Agosto de 1880. Com sede na Rua das Rosas da Figueira da
Foz é uma das mais emblemáticas agremiações pela sua postura e trabalho em prol
da preservação da cultura popular figueirense.
Para além dos Autos Pastoris e Auto dos Reis Magos (assim como o respetivo cortejo da Espera de Reis na noite de 5 de Janeiro de cada ano, uma das tradições mais antigas da Figueira) a "Teimosa", como é carinhosamente conhecida, promove anualmente outros costumes locais, como o cortejo do Enterro do Bacalhau e a Serração-da-Velha.
Nas páginas de história que prestigiam esta coletividade, salienta-se ainda o concerto que a filarmónica deu no Convento da Batalha, em 1907, pois a assistir ao concerto estava D. Carlos, que a distinguiu com o título de "Real".
Ao longo dos anos acolheu nomes de prestígio, exemplos de Manuel Dias Soares, autor da música da Marcha do Vapor, que foi regente da filarmónica, e Maria Olguim - destacada figura do cinema nacional que ensaiou os primeiros passos como actriz no palco da coletividade, este que agora ostenta o seu nome. A Filarmónica Dez de Agosto - fundada em 10 de Agosto de 1880 - acompanhou musicalmente inúmeras corridas de touros, incluindo em Espanha.
Para além dos Autos Pastoris e Auto dos Reis Magos (assim como o respetivo cortejo da Espera de Reis na noite de 5 de Janeiro de cada ano, uma das tradições mais antigas da Figueira) a "Teimosa", como é carinhosamente conhecida, promove anualmente outros costumes locais, como o cortejo do Enterro do Bacalhau e a Serração-da-Velha.
Nas páginas de história que prestigiam esta coletividade, salienta-se ainda o concerto que a filarmónica deu no Convento da Batalha, em 1907, pois a assistir ao concerto estava D. Carlos, que a distinguiu com o título de "Real".
Ao longo dos anos acolheu nomes de prestígio, exemplos de Manuel Dias Soares, autor da música da Marcha do Vapor, que foi regente da filarmónica, e Maria Olguim - destacada figura do cinema nacional que ensaiou os primeiros passos como actriz no palco da coletividade, este que agora ostenta o seu nome. A Filarmónica Dez de Agosto - fundada em 10 de Agosto de 1880 - acompanhou musicalmente inúmeras corridas de touros, incluindo em Espanha.
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Autos Pastoris e Reis Magos
“Claramente um misto religioso e pagão, que se inscreve na memória coletiva da Figueira da Foz, para além de se assumir como a tradição mais antiga da cidade, mostra quadros musicais, plenos de vivacidade e que elevam de forma ingénua o nascimento de Jesus. Há um claro apelo à cultura popular portuguesa, bem vincada nas cenas que, outrora dispersas, se juntaram num auto com características muito peculiares e a tocar o ideal vicentino”.
“Claramente um misto religioso e pagão, que se inscreve na memória coletiva da Figueira da Foz, para além de se assumir como a tradição mais antiga da cidade, mostra quadros musicais, plenos de vivacidade e que elevam de forma ingénua o nascimento de Jesus. Há um claro apelo à cultura popular portuguesa, bem vincada nas cenas que, outrora dispersas, se juntaram num auto com características muito peculiares e a tocar o ideal vicentino”.
Alguns quadros remontam ao século XVIII; outros, como a
Romagem do Diabo, apareceram no século XIX. Antigamente o Presépio foi
representado em vários teatros do concelho figueirense. Com textos bem
elaborados, os Autos Pastoris da Figueira mereceram sempre várias referências
de conceituados autores locais. Maurício Pinto, Armando Coimbra, Augusto Pinto,
entre outros, teceram elogios a esta forma de expressão natalícia. A
Filarmónica Dez de Agosto dá continuidade a esta benquista tradição que
culmina, por altura dos Magos, com um "séquito real", pelas ruas da
cidade, onde se destacam as figuras míticas de Belchior, Gaspar e Baltazar - os
três reis do Oriente que visitaram o Messias. Depois na sua sede leva a cena o
tradicional Auto dos Reis Magos.
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Serração-da-Velha
Serração-da-Velha
Deixam-se críticas à sociedade figueirense. A velha
alcoviteira acaba sempre por ser condenada e serrada na praça pública, mas
antes as críticas surgem no “tribunal”. O auto desenvolve-se ante as
testemunhas e o público que vai ouvindo o rol de acusações e divisão da
herança. Esta tradição acontece a meio da Quaresma.
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Cortejo do Bacalhau
Figurantes, vestidos a rigor, fazem, em Sábado Santo, a
preceder o Domingo de Páscoa, o cortejo do "Enterro do Bacalhau". O
séquito passeia pela cidade, deixa críticas, e faz lembrar que a época
Quaresmal passou e que a carne já pode constar das ementas. O cortejo abre com
um pendão que mostra um bacalhau gigante. Depois os adornos tradicionais:
panelas, colheres de pau, e outros adornos, para fechar com a filarmónica.
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“Palco Maria Olguim”
A direção da Dez d’Agosto deu, em 2001, o nome de Maria
Olguim ao palco da coletividade, lembrando a atriz que se estreou na Teimosa. Filha
de pais espanhóis, apesar de seu pai estar a trabalhar na Figueira como
ferroviário, Cipriana Lobato Holguim (o seu verdadeiro nome) nasceu em Castelo
Branco em 26 de Abril de 1894. Muito cedo se interessa pela arte de
representar. Aos 24 anos estreia-se na Dez d’Agosto, no Presépio. Um dos
primeiros palcos que pisa é também o palco da Naval 1.º de Maio. Com o nome
artístico de Maria Olguim faz mais de meia centena de películas. “O Costa do
Castelo”, em 1943; “O Leão da Estrela”, “O Grande Elias”, “A Menina da Rádio”
são muitos dos filmes em que participou. Em 1 de Janeiro de 1984, nas primeiras
horas desse novo ano, Maria Olguim morre, na Figueira da Foz.
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Tradição na rua / A Espera de Reis
(Compilado de vários textos de António Jorge Lé - Ultimas 3 fotos de Raúl Cardoso e António Cruz)
No livro “Dia de Reis”, de autoria do memorialista António
Jorge Lé e de Ana Maria Lé: “A norte da Ponte do Galante, os reis da Dez d’Agosto
acarinhavam o visual do cortejo. Uma cabrinha branca também fazia parte do
desfile que utilizava o “Expedicionário” como som de fundo. A seguir a António
Henriques, que por vezes dirigia a tocata, vinham os músicos tradicionais,
muitos vindos de Quiaios. Outros, como o Sangalho do trombone, eram de mais
perto. O Sarmento ou o falecido Seco de Jesus traçavam as linhas de orientação
ao séquito que chegou a sair frente ao Coliseu Figueirense. A Fernanda, o
Alfredo... foram tantos os que trabalharam para que, já com a música a tocar, o
cortejo dos Reis Magos subisse e descesse a rua da Liberdade e, depois de
passar ao Casino, percorresse o itinerário habitual, como se escreve no
programa, com destino à coletividade”.
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