2.4.22

Bacharéis Charming House: edifício atravessou rico período histórico da Figueira da Foz com a curiosidade de ter sido sempre habitado por vários bacharéis - História agora expressa em livro = Reportagem fotográfica:

Os agora proprietários e responsáveis são dois irmãos, figueirenses, gestores de uma empresa familiar da área agro alimentar sediada no concelho: Vitória Abreu de 47 anos e Rafael Abreu de 43 anos, que decidiram investir nesta área de alojamento “pelo gosto pessoal de ambos na área do turismo temático e de nicho”.E chegaram a este edifício por mero acaso. Andavam à procura de um edifício situado na Área de Reabilitação Urbana da cidade, e depararam-se com este situado na rua de S. Julião (entre a denominada Praça Velha e a Igreja Matriz) que apesar de se encontrar em muito mau estado pareceu ser o ideal para o projeto que tinham em mente.

Vitória Abreu explica:

“Dada a localização privilegiada e o rico período histórico da Figueira da Foz que atravessou, a casa conservou muitos testemunhos da sua própria história. O mais curioso foi o facto de ter pertencido, ininterruptamente, a quatro gerações de magistrados: os Pessoa da Silva Arnaut (meados de oitocentos - 1873), os Fernandes das Neves e os Melo (1873 - 1908) e os Campos Paiva (1908 – 2017). Os primeiros eram donos do terreno, os segundos mandaram ali erigir a “caza”, e os últimos fizeram dela a sua morada estival deixando esquecido no sótão um baú repleto de documentos e publicações antigas.Passados cento e cinquenta anos desde a sua construção e com todas as transformações ocorridas na cidade, no edifício e na sociedade, o projeto de reabilitação guiou-se pela vontade de descobrir e contar essa história, como legado, ao mesmo tempo que quis devolver à casa a dignidade merecida.

As mudanças necessárias foram assumidas como contrapontos contemporâneos, que evidenciam e dão protagonismo a pontos-chave da arquitetura original e ao acervo encontrado incorporados à arquitetura de interiores. Assim, o projeto criou nove unidades de hospedagem (sete suites e dois apartamentos), receção, salão, sala de estar e cozinha, fazendo as adequações ao novo uso, enquanto põe à vista recortes da história da casa em si e da vida de seus antigos moradores.Se a descoberta que a casa pertenceu a várias famílias de advogados foi determinante na escolha do nome Bacharéis, o que dela se revelou, quer na dimensão construtiva quer na dimensão humana, foi igualmente importante para o projeto.

Como a maioria dos edifícios urbanos da sua época, a casa de São Julião nº 10 resume-se a uma caixa de pedra com estrutura interna de madeira maciça e taipa de tabique. Essa estrutura, a despeito da largura do edifício, cumpria de tal forma a função de sustentação que as esbeltas paredes internas não possuíam quaisquer reforços estruturais mais robustos.”




















O lançamento do livro no Quartel da Imagem:



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