A Casa da Mãe da Figueira da Foz começou a funcionar em 1947.
Em 1943 foi fundado o Instituto Maternal que previa a implementação de duas delegações, uma em Lisboa e outra no Porto, mas Bissaya Barreto desenvolveu esforços para abrir igualmente uma delegação em Coimbra.
Complementarmente, Bissaya Barreto criou uma Extensão da Delegação da Zona Centro na Figueira da Foz, a Casa da Mãe.
Bissaya Barreto instalou-a num edifício já existente nas dependências do antigo Hospital Militar da Figueira da Foz na rua Dr. José Luís Mendes Pinheiro.
O antigo Hospital Militar foi adaptado com obras que decorreram em 1946, e a inauguração da Casa da Mãe ocorreu em outubro de 1947.
A Casa da Mãe funcionou sempre como Maternidade e sem as valências complementares de formação - parque infantil e creche - que existiam no estabelecimento de Coimbra.
Mesmo assim a Casa da Mãe possuía um gabinete de Serviço Social e um centro de acolhimento de crianças “abandonadas ou expostas” e que, por necessidade de vigilância médica, não podiam “ser postas em colocação familiar”.
No rés-do-chão, encontravam-se os serviços administrativos, armazéns, cozinha, salas de jantar, sala para educação sanitária, sala de costura e rouparia.
No 1º piso existiam 5 quartos particulares, um bloco operatório autónomo e as instalações das enfermeiras que aí trabalhavam em regime de internato.
No 2º piso havia uma grande enfermaria, a secção de partos, o bloco operatório e os respetivos serviços dependentes.
A grande enfermaria tinha 24 camas e estava compartimentada em 4 setores por divisórias de vidro.
Finalmente, num corpo anexo, funcionavam as instalações do pessoal não-enfermeiro, uma capela, as consultas externas, o espaço de serviço social e os arquivos.
A Casa da Mãe recebia grávidas dos concelhos de Figueira da Foz, Montemor-o-Velho, Cantanhede, Soure, Pombal, Leiria, Mira e Marinha Grande, muitas vezes “grávidas abandonadas, sem recursos, sem trabalho, e muitas vezes sem domicílio”.
Assim funcionou até meados dos anos 70, altura em que a Casa da Mãe foi englobada no novo Hospital Distrital da Figueira da Foz, que se estabeleceu na Gala no edifício do antigo Sanatório Hélio-Marítimo.
Aqui nasceu a maioria dos figueirenses com mais de 44 e menos de 73 anos.
(Historial e fotos de Fernando Curado no seu mural do Facebook em 02 novembro de 2019)
Sem comentários:
Enviar um comentário