25.10.18

As Brisas da Figueira foram confecionadas pela primeira vez na Figueira da Foz em 1922 pela pastelaria Bijou

Em 1912 José Santos veio abrir na Figueira da Foz, por conta de outrem, a Pastelaria Bijou no local onde ainda hoje se encontra. O dono, um espanhol de Andaluzia, era o proprietário de uma mercearia em Lisboa, e não tinha a possibilidade de se encontrar à frente dos dois negócios ao mesmo tempo pois os meios de comunicação e de transporte não dispunham, logicamente, da celeridade de hoje em dia. 
Em 1918 José Santos adquiriu o espaço de vez. Com os conhecimentos adquiridos pela vivência do dia-a-dia, foi-se apercebendo da afluência sazonal que os espanhóis faziam à cidade, estes que a apelidavam de 'A Fonte de Saúde' devido à praia e ao efeito medicinal que descobriram que o iodo e o Sol da Figueira faziam aos ossos e articulações! Como a Figueira da Foz era algo ventosa, terá surgido a ideia de criar uns bolos para acompanhar o farnel que se levava para o areal, tendo assim nascido as 'Brisas da Figueira' logo no início da década de 20 do século passado, crê-se em 1922, data em que as designações de 'Bijou' e 'Brisas da Figueira' se tornaram indissociáveis. 
E foi um sucesso e continuado, de tal maneira que em 1945 optou-se por registar a patente 'Brisas da Figueira' como exclusividade da pastelaria Bijou. 
José Santos faleceu nos finais desta mesma década, mas a pastelaria manteve-se na família até 1971, altura em que foi alugada durante dois anos, até 1973, altura em que José Fernandes Tomaz adquiriu o negócio, que soube continuar com as tradições, seguindo o gosto adquirido pelos clientes e modernizando o espaço. Deslocou-se mesmo a Lisboa tentando reativar o registo da patente, que a família de José Santos tinha deixado de renovar poucos anos antes, não sendo possível na altura tal pretensão. 
José Fernandes Tomaz indica que vende muito mais para fora, para espanhóis e sobretudo para emigrantes figueirenses que levam caixas às dezenas para consumo próprio e para oferecer. Nas épocas de verão chega-se a vender cerca de 50 caixas por dia! 
Com as obras de fundo que decorreram durante mais de três meses, o espaço reabriu em abril de 2018 agora com tudo novo, desde canalizações, eletricidade, esgotos, cozinha, sala, esplanada... e com a designação de restaurante Bijou, obviamente sem deixar a sua característica de cafetaria e pastelaria.
Agora gerido pelo filho Álvaro Tomaz, o pai José Fernandes Tomaz continua a ser a referência do renovado local. E com os seus dois lemas: 
“Brisas da Figueira originais só na Bijou e nada mais!” 
“Bijou Restaurante, a casa mais antiga da Figueira da Foz sempre no mesmo lugar!”

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