O aeródromo da Murraceira foi inaugurado em 18 de setembro de 1932. Funcionou na margem esquerda do Mondego, junto da foz, mais propriamente na Murraceira. Dele, pouco ou nada resta.
Recebeu o nome de Humberto da Cruz em homenagem a este grande oficial-aviador. Veio viver para a Figueira da Foz dois dias após o seu nascimento em Coimbra a 13 de Julho de 1900. Faleceu em Sintra em 09 de Julho de 1981. 
Ficou célebre pela viagem aérea que, em 1934, ligou Lisboa a Timor, percorrendo 42.670 quilómetros em 268 horas e 25 minutos, acompanhado do seu mecânico António Gonçalves Lobato, e pilotando o avião ‘Dilly’. Escreveu uma página histórica da aviação portuguesa e o país rendeu-lhe as maiores homenagens.
Foi condecorado duas vezes com a Torre e Espada e foi também duas vezes vencedor do troféu Clifford Harmon que premiava feitos importantes da aviação.
Humberto da Cruz era irmão do fotógrafo Afonso Cruz, tio de Afonso Cruz e tio-avô do talentoso escritor figueirense Afonso Cruz.
Afonso Cruz foi um grande fotógrafo figueirense. Fundou em 1944 o Studio Fotográfico Cruz (N.R. – na rua Cândido dos Reis) onde trabalhou durante mais de 40 anos. Foi preso e perseguido pelo regime fascista, tendo falecido em 1995.
As primeiras fotografias aéreas da Figueira da Foz são de Afonso Cruz, tiradas do avião pilotado pelo seu irmão Humberto da Cruz, entre 1930 e 1932, ainda hoje “ex-libris” da cidade.
São também de Afonso Cruz algumas das mais belas fotografias da campanha de Humberto Delgado a Presidente da República em 1958.
(Pesquisa de Fernando Curado / Compilação e publicação de António Flórido / Jan.2017)
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