20.9.13

Heráldica da Figueira da Foz: Porque é que a sua bandeira é verde e amarela? O Brasão e outras curiosidades

Os brasões apareceram por volta do século X. E foram tão bem acolhidos que começaram a proliferar arbitrariamente, tendo havido a necessidade de os submeter a regras estritas, cujos primeiros regulamentos remontam ao século XV. Assim, o escudo de armas e as cores estão bem reguladas e definidas. 
Foi por volta de 1920 que a Câmara Municipal da Figueira da Foz, da presidência do Dr. Joaquim José Cerqueira da Rocha, se ocupou, pela vez primeira, em dotar a cidade com uma Bandeira, consoante as novas diretrizes da Heráldica.
Já em sessão de 1 de abril de 1922, examinados dois projetos que foram presentes, deliberou-se, por unanimidade, adotar o da autoria de F. Navarro de Valadares e António F. Piedade. Mas a Associação dos Arqueólogos, pela secção de Armaria, a quem incumbia o estudo das Armas, Bandeiras e Selos dos Concelhos, deu parecer desfavorável, e o projeto escolhido não obteve a aprovação do Ministro do Interior.
Na altura revelava-se uma situação aviltante já que a Figueira da Foz era o único concelho do distrito de Coimbra sem brasão oficial.
Mais de vinte anos depois, os despachos emanados em 11.nov.1942, 01.nov.1943 (despacho que estabeleceu a aprovação) e 10.jan.1944, dão sucessivamente conta do respetivo estudo que foi elaborado pela Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, e da modificação, aprovação e conclusão do processo dos novos símbolos heráldicos.
Assim:
A Bandeira da Figueira da Foz é quarteada de quatro peças de amarelo (simbolizando o ouro) e quatro de verde. Coroa e Borlas de ouro verde. Lança e haste, douradas. As cores da Bandeira são tiradas de peças que simbolizam o nome da Figueira e que são de ouro (amarelo) e de verde.
A interpretação heráldica é a seguinte: “As bandeiras das cidades são quarteadas de oito peças, e quando destinadas a cortejos e cerimónias têm a área de um metro quadrado e são de seda e bordados; Quando destinadas a arvorar são de filel, podendo dispensar as armas e tendo dimensões proporcionadas à altura a que têm que estar hasteadas.
O ouro dos frutos, do realce do barco e do sol, significa heraldicamente nobreza, sabedoria, fidelidade, constância, poder e liberalidade.
A prata que veste o barco, que esmalta a orla e acompanha em faixas ondadas a representação do mar e do rio, denota a eloquência, limpeza, humildade e riqueza.
O verde das folhas de figueira e da faixa ondada, que representa o mar, significa esperança e fé.
O negro que esmalta o barco, os mastros e o encordoado, corresponde à Terra e significa firmeza, obediência e honestidade.
O Brasão Municipal da Figueira da Foz, tem a seguinte composição:
De azul, com um navio negro realçado a ouro, mastreado e encordoado de negro e vestido de prata, vogando sobre cinco faixas ondeadas, três de prata, uma de verde e outra de azul. Em chefe, um sol de ouro, orla de prata, com oito folhas de figueira, de verde, carregadas cada uma com um fruto de ouro, coroa mural de prata de cinco torres, listel branco com os dizeres a negro: “Cidade da Figueira da Foz”.
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Fontes consultadas:
Grande Enciclopédia Universal; Jornal “Reclamo” nº 230 de 15 de junho de 1940; Jornal O Figueirense de 30 de outubro de 1943; e “sites” da Câmara Municipal da Figueira da Foz e Geocaching.
Autor: António Flórido / Figueira da Foz / Portugal, em 20 de setembro de 2013.

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