Os brasões apareceram por volta do século X. E foram tão bem acolhidos que começaram a proliferar arbitrariamente, tendo havido a necessidade de os submeter a regras estritas, cujos primeiros regulamentos remontam ao século XV.
Assim, o escudo de armas e as cores estão bem reguladas e definidas.
Foi por volta de 1920 que a Câmara Municipal da Figueira
da Foz, da presidência do Dr. Joaquim José Cerqueira da Rocha, se ocupou, pela
vez primeira, em dotar a cidade com uma Bandeira, consoante as novas diretrizes
da Heráldica.
Já em sessão de 1 de abril de 1922, examinados dois projetos
que foram presentes, deliberou-se, por unanimidade, adotar o da autoria de F.
Navarro de Valadares e António F. Piedade. Mas a Associação dos Arqueólogos,
pela secção de Armaria, a quem incumbia o estudo das Armas, Bandeiras e Selos
dos Concelhos, deu parecer desfavorável, e o projeto escolhido não obteve a
aprovação do Ministro do Interior.
Na altura revelava-se uma situação aviltante já que a
Figueira da Foz era o único concelho do distrito de Coimbra sem brasão oficial.
Mais de vinte anos depois, os despachos emanados em
11.nov.1942, 01.nov.1943 (despacho que estabeleceu a aprovação) e 10.jan.1944,
dão sucessivamente conta do respetivo estudo que foi elaborado pela Comissão de
Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, e da modificação, aprovação
e conclusão do processo dos novos símbolos heráldicos.
Assim:
A Bandeira
da Figueira da Foz é quarteada de quatro peças de amarelo (simbolizando o ouro)
e quatro de verde. Coroa e Borlas de ouro verde. Lança e haste, douradas. As
cores da Bandeira são tiradas de peças que simbolizam o nome da Figueira e que
são de ouro (amarelo) e de verde.
A interpretação heráldica é a seguinte: “As bandeiras das
cidades são quarteadas de oito peças, e quando destinadas a cortejos e
cerimónias têm a área de um metro quadrado e são de seda e bordados; Quando
destinadas a arvorar são de filel, podendo dispensar as armas e tendo dimensões
proporcionadas à altura a que têm que estar hasteadas.
O ouro dos frutos, do realce do barco e do sol, significa
heraldicamente nobreza, sabedoria, fidelidade, constância, poder e
liberalidade.
A prata que veste o barco, que esmalta a orla e acompanha
em faixas ondadas a representação do mar e do rio, denota a eloquência,
limpeza, humildade e riqueza.
O verde das folhas de figueira e da faixa ondada, que
representa o mar, significa esperança e fé.
O negro que esmalta o barco, os mastros e o encordoado,
corresponde à Terra e significa firmeza, obediência e honestidade.
O Brasão Municipal
da Figueira da Foz, tem a seguinte composição:
De azul, com um
navio negro realçado a ouro, mastreado e encordoado de negro e vestido de
prata, vogando sobre cinco faixas ondeadas, três de prata, uma de verde e outra
de azul. Em chefe, um sol de ouro, orla de prata, com oito folhas de figueira,
de verde, carregadas cada uma com um fruto de ouro, coroa mural de prata de
cinco torres, listel branco com os dizeres a negro: “Cidade da Figueira da
Foz”.
………………….
Fontes consultadas:
Grande Enciclopédia Universal; Jornal “Reclamo” nº 230 de 15 de junho de 1940; Jornal O Figueirense de 30
de outubro de 1943; e “sites” da Câmara Municipal da Figueira da Foz e
Geocaching.
Autor: António Flórido / Figueira da Foz / Portugal, em 20 de setembro de 2013.
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