15.8.12

O ‘Americano’ – O atrelado/comboio da Figueira da Foz de há 100 anos!

O americano era um atrelado, em forma de carruagem de comboio e que circulava sobre carris e puxado por mulas. No final do século XIX havia "americanos" em quase todas as grandes cidades portuguesas.
Foi em 1872 que a empresa das minas do Cabo Mondego apresentou à Câmara o requerimento para a instalação de um caminho de ferro. E em 1875 foi criado ‘o americano’, ligando Buarcos às praias da Figueira e ao Bairro Novo, o que foi considerado para os turistas da altura o invejável progresso de uma das mais elegantes praias oitocentistas.
No final do ano de 1896 este meio de transporte viu a sua ligação estendida até à estação de caminhos de ferro, com ligação de mercadorias e passageiros entre esta, o porto e o Cabo Mondego. Este projeto partiu da Empresa das Minas de Carvão do Cabo Mondego, a partir da intenção do relançamento da exploração de carvão, produção de cal e início da produção de vidro. A partir de 1900 a empresa, face ao alvará conseguido, foi autorizada a substituir a tração animal por tração a vapor. Um dos locais de paragem com maior movimento situava-se no ‘novo cais’, em frente à Praça Nova. Os preços oscilavam entre os 20 e os 90 réis.
Percurso e preços do Carro Americano:
“Caminho-de-ferro à Praça Nova e vice-versa, 2 centavos; caminho-de-ferro ao Passeio Infante D. Henrique, 3 centavos; caminho-de-ferro à Fonte dos Soldados, 4 centavos; Praça Nova à Fonte dos Soldados, 2 centavos; Praça Nova ao Casino da Praia, 4 centavos; Praça Nova a Buarcos, 5 centavos; Praça Nova ao Cabo Mondego, 9 centavos; Fonte dos Soldados ao Casino da Praia, 3 centavos; Fonte dos Soldados a Buarcos, 4 centavos; Casino da Praia a Buarcos, 3 centavos; Casino da Praia ao Cabo Mondego, 8 centavos; Buarcos ao Cabo Mondego, 5 centavos”.
Este sistema durou até finais de 1929, início de 1930, altura em que foi extinto.
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Mas antes disto, nos primeiros anos do século passado, foi mesmo necessário efetuar um corte no forte de Buarcos, e na Figueira da Foz chegou a haver um túnel projetado para a passagem do Americano que iria ter cerca de 250 metros de comprimento e que passaria por baixo da Casa das Conchas e da Esplanada Silva Guimarães e que iria desembocar na atual avenida 25 de abril, mas que nunca foi acabado. Foi só escavada uma passagem subterrânea, interrompida quando já tinha cerca de 9 metros de comprimento, 4 de largura e 3,5 de altura, passando pelo Ténis Clube e que ainda hoje existe.

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