18.2.11

Luiz Gama / As Duas Babilónias

LUIZ GAMA
Luiz Gonzaga Pinto da Gama, nasceu a 21 de Julho de 1830 no estado da Baía.
Quando estava com 10 anos, seu pai, um fidalgo português que o tivera com uma escrava chamada Luiza Mahin, foi a um navio, ancorado no porto, levado pelo pai. O garoto, muito esperto, deleitava-se com o passeio, quando percebeu que seu pai demorava em sair do navio. Foi à amurada e viu seu pai afastando-se num bote com o capitão da nave. Com voz chorosa, perguntou: “Pai, o senhor me vendeu?” Sim, o pai, enterrado em dívidas, pois era um viciado no jogo de cartas, vendeu-o para pagá-las.
Levado para o Rio de Janeiro, e depois para São Paulo, foi alfabetizado pelo filho do fazendeiro que o comprara, fugindo aos 17 anos para a cidade de São Paulo. Pleiteou a ilegalidade de sua escravatura, e assentou praça no Exército.
Depois de exercer várias profissões, vamos encontrá-lo como um “regula”, nome que era dado aos que, entendidos em leis, trabalhavam para os advogados. Logo depois é reconhecido como poeta, jornalista, e fundador do Centro Abolicionista de São Paulo. Como autodidata que era tornou-se respeitadíssimo advogado, derrotando de certa feita o famoso José Bonifácio, ocasião em que liberta cerca de 100 escravos.
Não chegou a ver a libertação dos escravos, mas muito influenciou para a publicação da “Lei do Ventre Livre” pois, por experiência própria, experimentara a dor de, sendo filho de branco com negra, batalhou para que, filho de escravos, não fosse mais escravo. Conviveu com Castro Alves (o poeta da escravidão), Rui Barbosa, e Joaquim Nabuco.
Casado com Claudina Fortunato Sampaio tem um filho que foi major do Exército e comandante do Corpo de Bombeiros de São Paulo.
Luiz Gana era uma alma de nobreza singular. Falando do pai que lhe vendera como escravo fala dos cuidados paternos e jamais revelou o nome do pai, evitando assim que o mesmo carregasse uma vergonha para o resto da vida. Foi libertador de centenas de escravos, mantinha recursos para socorrê-los na fome e, quando morreu, seu féretro foi o mais concorrido daqueles tempos. Faleceu em 24 de Agosto de 1882 sendo que não demorou muito a acontecer aquilo que tanto sonhou. A libertação dos escravos. Luiz Gama é uma das mais nobres criaturas que viveu nas terras luso-brasileira. Que Deus o tenha!

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AS DUAS BABILÓNIAS
Em Apocalipse 17:5 podemos ler: ”E, na sua testa estava escrito o nome; Mistério, a grande Babilônia , a mãe das prostituições e abominações da terra.” Julgamos ser isso uma coisa dos últimos dias mas, em Genesis 14:21 lemos: “E o rei de Sodoma disse a Abraão: Dá-me a mim as almas, e a fazenda toma para ti”.
Vamos fazer uma pequena explicação. Abraão viu guerras ao seu redor. Não tomou partido com relação as lutas dos reinos vizinhos. Um acidente o obrigou a entrar na luta. Levaram a seu sobrinho Ló com todos os seus servos e filhos como prisioneiros, e os seus bens. Abraão juntou seus servos, surpreendeu os raptores e resgatou seu sobrinho e também os homens de Sodoma e Gomorra, que foram feitos prisioneiros também.
Vejam o que o rei de Sodoma, depois de libertado, falou a Abraão: “-Dá-me as pessoas, e fica com os bens materiais para ti.” Porque pessoas eram mais importante do que bens? Esse foi o alvo de Bera, rei de Sodoma. Foi o alvo do comunismo, do fascismo, do nazismo, dos romanos, dos filósofos, dos idealismos, dos fundamentalismos, dos religiosismos, do comércio, da economia, da mídia, dos pregadores midiáticos, e da grande Babilónia ou grande prostituta como diz o livro de Apocalipse, ao referir-se a essa sedutora das megalópolis de hoje.
O mundo de hoje é mais bem aparelhado para tomar posse das pessoas do que no tempo de Abraão. A mídia quer pessoas. Os pregadores midiáticos tomam posse das pessoas. Os ídolos da música, dos desportos (do futebol principalmente), do comércio, o poder económico, o consumismo, tudo convergindo para transformar os humanos em presas suas. A grande prostituta seduz consumindo homens como Gomorra consumia. Bera, o rei sodomita, desejava entregar os prisioneiros escravos, para agradar e satisfazer os baixos instintos dos seus servos que, com esse agrado, tomaria posse deles também.
Amado irmão, percebeu? Você é uma posse dos poderes atuantes de hoje sobre os homens? Você é livre no seu falar? No seu vestir? No seu lazer? No modo de relacionar-se afetivamente? Ou é um cabeça feita, escravo dos costumes, das ideologias, da pós-ética de hoje?
Que lição nos dá Abraão! Não quero nada, respondeu. Tudo é de Deus. Ele que é o Senhor dos homens. Imagine se Abraão tinha necessidade de tomar posse de alguém, visando satisfazer instintos carnais! Irmão, é para isso que os humanos querem posse uns dos outros. Leve teu próximo a Cristo, não o queira para si. Amém! Mil vezes amém!

Manoel de Jesus The, filho de José Augusto The (da família Raposeiro The) e que nasceu em 1895 em Figueira da Foz. Foi combatente em França pelos aliados na Primeira Guerra Mundial.

2 comentários:

Oswaldo J. Santos disse...

Lí o comentario do Manuel e fiquei encantado com o que diz. reamente nos dias de hoje precisamos tomar muito cuidado com nossa vida , com o nosso interior. Que possamos ser mais humano , olhar mais para o proximo e ter a certeza que existe um Deus onde podemos confiar e a Ele nos entregar. Muito obrigado.

Anónimo disse...

Gostei muito do comentario feito pelo Manuel. São conhecimentos que precisamos conhecer para nos preparar pois sabemos que um dia vamos partir e nada vamos levar so a certeza de estar com o PAI.